Em um primeiro momento Karl Marx achava que a revolução que criaria a ditadura do proletariado aconteceria independente de qualquer coisa. Com o número de proletários crescendo cada vez mais, enquanto o número dos patrões continuava sempre muito reduzido, era só uma questão de tempo para que os proletários tomassem o poder, ninguém poderia impedir a revolução.
Sua certeza era tão grande que ele chegou a dar uma data para quando a revolução aconteceria, 1848. Como todo falso profeta ele viu sua previsão fracassar. E em vez de tentar perceber o erro em sua análise sobre a realidade, ele coloca a culpa do não cumprimento da sua "profecia" na própria realidade.
Esse é o tipo comportamento de uma mentalidade revolucionária, não é o meu pensamento que está errado, mas é o mundo que está errado. Se a tão sonhada ditadura do proletariado não aconteceu é porque há algo errado na sociedade que está impedido a revolução e isso precisa ser mudado. É assim que os revolucionários marxistas pensam até hoje quando tentam aplicar suas ideias absurdas e elas não funcionam.
Já no fim da sua vida Marx conheceu um livro que mudou o seu pensamento. O livro se chamava “A sociedade antiga” de Lewis Henry Morgan. Morgan apresentava teorias, totalmente descabidas, sobre como surgiram as primeiras sociedades no início da história humana.
Marx acredita nas teses de Morgan e começa a pensar que a verdadeira origem da desigualdade na sociedade era a família. Ele passou a dizer que a família havia nascido de uma opressão do pai sobre a esposa e os filhos.
Essa era a desculpa ideal do porquê a revolução não havia acontecido. A culpa era da família, dela nasceria a noção de autoridade e seria o lugar de onde provinham todas as opressões, por isso ela precisava ser destruída.
Ele conclui que a família seria algo endemicamente perverso, o verdadeiro marxismo deveria destruir a família e as instituições que a mantêm, só assim a revolução poderia acontecer. O matrimônio seria o primeiro patrimônio, ou seja, a família passa a ser a origem de todo mal para o marxismo.
Marx não teve tempo de terminar o livro em que desenvolvia essa tese, esse livro foi terminado e publicado anos depois de sua morte pelo seu colaborador mais próximo, Friederich Engels. O livro se chamava “A origem da família, da propriedade e do Estado”.
Em princípio esse livro não teve tanta atenção dos seus seguidores de Karl Marx, mas com as diversas tentativas fracassadas de revolução marxista no começo do século XX, cada vez mais os marxistas começaram a fazer uma revisão das teses de Marx e o ataque à família se tornou o centro da luta revolucionária.
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